‘Três Lagoas comemorou os 100 anos da imigração japonesa com a inauguração do Marco Comemorativo. O monumento que homenageia a colônia japonesa é um projeto do artista plástico Humberto Espíndola.
A solenidade contou com a presença da comunidade japonesa, autoridades locais, o Deputado Estadual Akira Otsubo (PMDB), da prefeita de Três Lagoas, Simone Tebet (PMDB) e do vereador José A. M. Guerra (PMDB).
Durante o evento, Junyti Myura, representando a Associação Nipo Brasileira, agradeceu a atual administração pela iniciativa. Quero agradecer a prefeita Simone Tebet (PMDB) pelo trabalho feito em prol do Nipo.
O vereador Guerra falou da honra em representar o legislativo municipal na solenidade. Temos que aproveitar o momento para fazer uma reflexão sobre o que representou a vinda destas famílias para o Brasil.
O Deputado Akira Otsubo lembrou que as famílias de japoneses contribuíram para a construção de Três Lagoas. Aprendemos muitas coisas com estas famílias.
O Deputado, que é filho de imigrante, se emocionou com a inauguração do monumento. Esta semana estamos vivendo um momento muito especial. Esta obra vai marcar o centenário da imigração, especialmente em Três Lagoas.
Luiz Akira (DEM), vice-prefeito de Três Lagoas, recordou a história dos imigrantes. Este momento mexe muito com os nossos sentimentos por que são pessoas que vieram aqui e venceram. E acrescentou: Somos vencedores sim, por que este solo brasileiro nos acolheu.
A prefeita Simone Tebet enfocou a chegada dos japoneses para a construção da linha férrea. É um povo que nos ensinou e nos ensina a cada instante.
Simone ressaltou que o Brasil tem a maior colônia japonesa, fora do Japão. Nós não vemos japoneses, vemos treslagoenses. Uma mistura multiétnica, treslagoenses nascidos e de coração.
E finalizou: Este monumento representa tudo o que são os japoneses. Feito de aço, com tintura especial para resistir pelo menos mais 100 anos. Obrigada por tudo o que representaram e representam ao nosso povo.
Com 93 anos e sendo um dos mais idosos da Associação Nipônica, Isamu Kawai, gostou do monumento comemorativo ao centenário da imigração japonesa. Ficou muito bom e bonito.
Kawai chegou no município em 1940 e contribuiu para a construção da história da colônia japonesa em Três Lagoas.
Imigração
As primeiras famílias de japoneses chegaram ao patrimônio de Santo Antônio das Alagoas, ainda de propriedades de Antônio Trajano dos Santos, ligado à Santana de Paranaíba, em 1910, no início da construção das linhas férreas na região.
A chegada dos japoneses na região de Três Lagoas aconteceu dois anos após o desembarque da primeira leva de imigrantes nipônicos, do navio Kasato Maru, em 18 de junho de 1908, em Santos (SP).
Entre as primeiras famílias destacaram-se os Yamaguti, provavelmente os primeiros a adquirirem terras em Três Lagoas.
Em Três Lagoas, a Associação Nipo-Brasileira foi criada em 1958 e regulamentada em 1963.
A Associação começa a crescer na década de 70, quando o então prefeito Ramez Tebet doou um terreno para a colônia nipônica, incentivando a prática do Baseball.
História
O Japão vivia, desde o final do século XIX, uma crise demográfica. O fim do feudalismo deu espaço para a mecanização da agricultura.
A pobreza passou a assolar o campo e as cidades ficaram saturadas. E, as oportunidades de empregos tornaram-se cada vez mais raras, que formou uma massa de trabalhadores miseráveis.
No Brasil, faltava mão-de-obra na zona rural. Em 1902, o governo da Itália proibiu a imigração subsidiada de italianos para São Paulo, a maior corrente imigratória para o Brasil era de italianos.
As fazendas de café, principal produto exportador do Brasil na época, passaram a sentir a falta de trabalhadores com a diminuição drástica da chegada de italianos. O governo brasileiro, então, precisou encontrar uma nova fonte de mão-de-obra. Desta vez, decidiu-se por atrair imigrantes do Japão.
A eclosão da I Guerra Mundial proibiu os japoneses de imigrarem para os Estados Unidos.
Na Austrália e no Canadá eles eram maltratados. O Brasil tornou-se um dos poucos países no mundo a aceitar imigrantes da terra do sol nascente.
Colônia
Atualmente a Colônia Japonesa do Brasil está dividida em: 12,51% de isseis (japoneses de primeira geração, nascidos no Japão)
30,85% de nisseis (filhos de japoneses)