
‘O músico Radamés Gnattali foi homenageado com a realização de um concerto com os violonistas do Trio Opus 12. A apresentação aconteceu nesta quarta-feira (25) no anfiteatro do Campus I da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). O concerto, que faz parte das comemorações dos cem anos de nascimento do músico Radamés Gnattali e entitulado Radamés e seus amigos, mostrou também composições de Heitor Villa Lobos e Ernesto Nazareth.
Composto por Paulo Porto Alegre, Edelton Gloeden e Daniel Murray, o Trio Opus 12 existe há 30 anos, entretanto a nova formação retomou as apresentações em 2005 após 18 anos sem tocar. Nosso repertório é vasto e de músicas clássicas, diz Porto Alegre. Ele complementa que nos séculos XVIII e XX há uma infinidade de composições escritas para três violões.
Parceria
O concerto foi promovido através da parceria entre a Secretaria Municipal de Educação e Cultura e a Fundação Nacional de Artes (Funarte). A apresentação fez parte do Projeto de Circulação Funarte de Concerto e Música Clássica, com a temporada abrangendo três Estados da região Centro-Oeste: Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás, sendo Três Lagoas uma das cidades contempladas com um dos programas de concerto.
Márcia Moura, Secretária de Educação e Cultura, explicou que Três Lagoas foi escolhida após passar por uma pré-seleção com outras cidades do Estado. As composições de Radamés marcaram a história da música brasileira e a apresentação do Trio Opus 12 faz com que a população tenha maior contato com o repertório clássico nacional.
Sobre Radamés Gnattali
Radamés Gnattali, filho de uma pianista gaúcha e de um imigrante italiano radicado em Porto Alegre, aprendeu piano com a mãe e aos nove anos ganhou um prêmio por sua atuação como regente de uma orquestra infantil, que tocou arranjos feitos por ele. Aos 14 entrou para o Conservatório de Porto Alegre para estudar piano, e acabou dominando também a viola. Até se formar no conservatório, estudava para ser concertista e tocava em cinemas e bailes para se sustentar.
Em 1924, recém-formado, foi para o Rio de Janeiro se apresentar no Teatro Municipal, executando um concerto de Tchaikovski sob regência de Francisco Braga. Nessa viagem conheceu o compositor Ernesto Nazareth, e passou os dois anos seguintes entre Porto Alegre e Rio, sempre trabalhando com música erudita. Em sua cidade natal montou um quarteto de cordas e com ele viajou por todo o Estado. No início dos anos 30 estreou no Rio de Janeiro como compositor, com a apresentação de ”Rapsódia Brasileira”, interpretada pela pianista Dora Bevilacqua.
Em 1934 passou a ser o orquestrador da gravadora Victor e dois anos depois participou da inauguração da Rádio Nacional. Em 1943 criou a Orquestra Brasileira de Radamés Gnattali, que tocava os arranjos do maestro no programa Um Milhão de Melodias, dando um colorido brasileiro aos sucessos estrangeiros. Enquanto atuou no rádio não deixou de lado as carreiras de pianista, concertista e compositor. Compôs concertos e peças sinfônicas executadas ao redor do mundo. Em 1960 viajou à Europa com o Sexteto Radamés Gnattali, grupo derivado do Quarteto Continental, criado na Rádio Continental em 1949. O Sexteto era formado por Radamés, Aída Gnattali (piano), Chiquinho do Acordeom, Zé Menezes (guitarra), Pedro Vidal Ramos (baixo) e Luciano Perrone (percussão).
Nos anos 60 foi contratado pela TV Globo, onde trabalhou durante 11 anos como arranjador, compositor e regente. Foi peça fundamental no movimento de redescoberta do choro ocorrido na década de 70. Em 1983, recebeu o prêmio Shell na categoria música erudita, concedido por unanimidade, ocasião em que foi homenageado com um concerto no Teatro Municipal, que contou com a participação da Orquestra Sinfônica do Rio de Janeiro, do Duo Assad e da Camerata Carioca.
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Assessoria de Comunicação